Na última sessão da Assembleia Municipal, Carlos
Alves, do PCP Arouca, questionou a senhora Presidente da Câmara sobre o
eventual fecho da Escola EB1 de Moldes no final deste ano lectivo. Fê-lo com a coerência,
empenho, responsabilidade e oportunidade com que o PCP Arouca nos tem habituado
nos últimos anos. E na sequência do interessante trabalho que realizaram em
2010 sobre o tema em apreço, epigrafado “O Reordenamento do Parque Escolar do
1.º Ciclo e o Mundo Rural – Da Escola Primária ao Centro Escolar”, que, tirando
a forte carga ideológica e partidária, vale a pena conhecer.
Foto da Escola EB1 de Paços, Moldes. PCP Arouca |
Não percebi e não conheço ainda qual terá sido a
resposta da senhora Presidente da Câmara. Conheço, no entanto, a posição do PCP Arouca, de que, com o devido respeito, discordo. Sou a favor das “escolas
EB1 sobredimensionadas” e da criação dos Pólos ou Centros Escolares que forem
necessários para substituir as restantes e velhinhas escolas primárias ainda em
funcionamento. Tendo em conta o passo que já foi dado relativamente à maior parte das
freguesias do concelho, não podemos, agora, por muito mais tempo, ter duas
realidades, freguesias e crianças de primeira e de segunda, com condições
distintas. Por mais idílicas e bucólicas que possam parecer, não se queiram as nossas crianças, por muito mais tempo, nas
condições que a foto evidencia.
A Escola Primária antiga, no entanto, não deve ser
apagada da nossa memória individual e colectiva como um passar do apagador
sobre o velho quadro de ardósia. As crianças dos novos Pólos Escolares, mas
também os adultos, devem ter presente e poder recordar essa outra realidade,
dos tempos em que as acessibilidades e os transportes, apesar de tudo, não eram
o que são hoje. Dos tempos em que não havia sequer acessibilidades e
transportes e, por isso, era imperioso o serviço público de proximidade. É,
pois, muito importante reservar uma dessas antigas e mais características escolas
para núcleo museológico do ensino no concelho e não permitir que, independentemente da utilização que lhes seja dada, se descaracterizem os imóveis das demais.
Por outro lado, respeitando muito opinião diversa, não é o facto das crianças, em idade de frequentar o agora dito 1.º Ciclo, correrem pelos recreios das pequenas escolas primárias, pelos caminhos, borda das levadas e orla dos campos, que as agarra à terra, nem deve haver qualquer interesse nisso em fase tão incipiente. O que agarra as crianças, mas também os adultos, à terra, são as condições e qualidade de vida para nela se viver. Dêem-se-lhes antes condições, as melhores condições possíveis, para que elas possam sonhar, voar, competir e singrar, e depois, sem necessidade de ir ao longe e ao largo, voltar com condições, desenvoltura, arrojo e empreendedorismo, para impulsionar a terra e nela viver com qualidade.
Por outro lado, respeitando muito opinião diversa, não é o facto das crianças, em idade de frequentar o agora dito 1.º Ciclo, correrem pelos recreios das pequenas escolas primárias, pelos caminhos, borda das levadas e orla dos campos, que as agarra à terra, nem deve haver qualquer interesse nisso em fase tão incipiente. O que agarra as crianças, mas também os adultos, à terra, são as condições e qualidade de vida para nela se viver. Dêem-se-lhes antes condições, as melhores condições possíveis, para que elas possam sonhar, voar, competir e singrar, e depois, sem necessidade de ir ao longe e ao largo, voltar com condições, desenvoltura, arrojo e empreendedorismo, para impulsionar a terra e nela viver com qualidade.