Ontem fiz 40 anos.
Meio caminho de uma vida entre aqui e aí.
Metade para trás e outra metade para a frente.
" Foram tantas as idades
Da vida que atrás deixei
Não quero sentir saudades
Vou em outras amizades
Amar o que [ainda] amei "
Retrospectivamente, passei por vários estados na minha relação com Arouca, mas sempre mantive o mesmo fio condutor: o orgulho das minhas raízes e o desejo de transmitir este amor por este cantinho de Portugal. Do perímetro limitado do quintal dos meus avós, caminho na vida fazendo, alarguei o meu perímetro de descobertas e tenho mantido constantemente o mesmo olhar espantado para todos esses elementos que tornam Arouca um bem comum mesmo à parte. Falo de um património e de uma história que forjam sua grandeza mas também, e especialmente, homens que por seu apego indefectível a sublimam. A riqueza de Arouca é isso mesmo.
Como já o mencionei num artigo anterior, não foi sempre fácil fazer entender toda a beleza e poder da alma do MEU Arouca. Foi difícil anos após anos justificar isso. Hoje é quase fácil demais. Não vou listar os artigos publicados aqui e ali e os inúmeros prémios recebidos. Durante anos, os meus primeiros 30, tantas vezes os procurei. Porém, «Foram tantas as idades / Da vida que atrás deixei».
Estes últimos 10 anos têm sido fortes em razões de orgulho (Geopark, FC Arouca e companhia), que me permitiram justificar FACTUALMENTE o carácter excepcional de Arouca e dos arouquenses. Para meu aniversário dos 40 anos, Arouca foi nomeado "município do ano". Belo presente de aniversário. Mais água para accionar o meu moinho de embaixador de Arouca...
"Não quero sentir saudades
Vou em outras amizades
Amar o que [ainda] amei"
Estou hoje no meio do vau. Que venham mais razões para me orgulhar. Que possa descobrir e redescobrir Arouca para «Amar o que [ainda] não amei»
Até breve neste meu Arouca do relembrar e da saudade!