Arouca, acomodada numa área privilegiada pela natureza, moldada por amplas paisagens naturais, rústicas, campestres e verdejantes, ajustou as características das suas gentes, desde sempre, às particularidades das vivências rurais.
Assim, se construiu e moldou,
orgulhosamente, o património humano de uma vila, expresso na simplicidade e
autenticidade de cada arouquense. Estas características fortaleceram, desde
sempre, o sentimento de pertença a um lugar único e, no coração de cada um, sem
igual.
A satisfação em falar de Arouca
quando viajamos. A vaidade em referir a imponência do convento. O orgulho em
mencionar as singularidades da nossa terra: a Frecha da Mizarela, as Pedras Parideiras,
as Trilobites Gigantes de Canelas. O prazer em convidar os amigos forasteiros a
experimentar a transparência dos nossos rios, encaixados em vales que contam histórias
da vivência alemã e inglesa por altura da segunda guerra mundial; a percorrer
os percursos pedestres que nos levam a aldeias mágicas escondidas por trás das
serras e perdidas no tempo, e a caminhos calcorreados pelos nossos pais e avós,
na luta pelo ganha-pão do dia-a-dia; a passear nos Passadiços do Paiva; a experimentar
a nossa fantástica gastronomia, confecionada como não há igual, seja a vitela
arouquesa, o bife de Alvarenga ou melhor frango frito do mundo; os doces
conventuais; e tanto que cada um gosta de partilhar, faz com que cada
arouquense sinta esta terra como propriedade sua. É por isso que,
orgulhosamente, enaltecemos as qualidades e, teimosamente, escondemos os defeitos
da “nossa” Arouca.
Todos os anos o contentamento em
falar de Arouca e das suas particularidades, é levado a todo o país, em
especial pelas centenas de professores que, sendo orgulhosamente de Arouca,
vêem-se na necessidade de trabalhar fora, cumprindo necessidades transitórias
que vão aparecendo em escolas espalhadas um pouco por todo o território
nacional.
Estes são, por isso, verdadeiros
embaixadores do património arouquense. São, ainda que não reconhecidamente, a
linha da frente na divulgação da riqueza material e imaterial do património do
nosso concelho.
Em todas as salas de professores,
onde há colegas de Arouca, todos os dias, em quase todos os intervalos, se fala
desta vila. Todos os dias, em quase todos os intervalos, se fala no património
que o território tem para oferecer. Todos os dias, em quase todos os
intervalos, se fazem convites para que se viaje até aqui. E todos os dias há
quem diga que sim. E todos os dias o orgulho em ser arouquense, para quem está
tão longe, aumenta.
Parece-me que este papel que os
professores naturais de Arouca têm na divulgação do território não foi ainda
devidamente reconhecido.
Seria bom que, num próximo ano
letivo, tal papel lhes fosse agradecido e valorizado por quem de direito. Seria
importante encontrar-se uma estratégia integrada, entre os professores e as
entidades responsáveis pela valorização/divulgação do território arouquense, no
sentido de se conseguir aproveitar o enorme potencial publicitário que estes
profissionais do ensino podem trazer para Arouca.